R$40,00

  • Status: Disponível
  • Autor (a): Luiz Duarte
  • Editora: Assis
  • Edição: 1
  • Ano: 2021
  • Páginas: 96
  • Categoria: Contos (Literatura brasileira)
  • ISBN: 9786587354293
  • Formato: 14x21cm
  • Capa: Brochura
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Descrição

A mansão dos sonhos

A mansão dos sonhos apresenta uma ficção por meio de contos que trilham entre sentimentos de utopias, e medos, e muito humor… viajando pelo tempo, resgatando memórias, culturas e literaturas. Os personagens se vestem de intimismo e sátira, convidando o leitor a encontrar suas próprias histórias na narrativa. Luiz Duarte deixa nas entrelinhas o ávido conhecimento que tem da literatura brasileira e estrangeira, com sinais de ter bebido na fonte literária de Guimarães Rosa, de Monteiro Lobato e outros clássicos.

O autor se embrenha em uma linguagem despreocupada, livre, e ressuscita termos usuais de gerações passadas, alinhavando a cultura do ontem e do hoje. Poderia dizer que “qualquer semelhança é mera coincidência”, mas, não, neste caso, qualquer semelhança é mera intertextualidade com a vida privada de gerações, fazendo jus ao que a literatura classifica como ficção. E, por que não um ‘E se fosse assim’? (Ivone de Assis)

 

Sobre Luiz Duarte

Um escritor com tanto conhecimento como Luiz Duarte de Ulhoa Rocha é bem difícil de ser apresentado em algumas linhas. O bom mesmo é ler suas obras e divertir-se horrores. Os contos de Luiz são, literalmente, “a cara do dono”. Também ele é autor de “O gato sommelier” e O trágico e o cômico em Luiz Ulhôa em meia dúzia de faz-de-contos.

 

RESENHA: DE ESCRITOR PARA ESCRITOR

Meu Ulhôa

Por: André Alvim

“Existe um fato inevitável quando fazemos uma menção à Pandemia do Corona Vírus: o texto fica datado. Não que haja uma questão desabonadora com isso. Mas o toque de universalidade naquilo que transcende o tempo ou que não se submete a ele é algo apreciável. Texto com cheiro de naftalina não é uma boa. Espero que não demore este maldito flagelo, que ele não passe de velhas bugigangas que a gente não se preocupa em jogar fora, que só uns loucos colecionistas ainda entulhe as suas gavetas como se negasse permanentemente a grande efemeridade da História. Ah… Quem dera se tivéssemos mesmo uma Memória. Mas uma boa, que corrigisse os malditos e louvasse os verdadeiros gênios. Normalmente o que fica é um tremendo bagulho, pelo menos no senso comum. Mas ainda estamos nela, a Pandemia, e é neste contexto que se deu a minha nova incursão na escrita do Seu Ulhôa.

“Seu” Ulhôa é uma coisa meio braba, mas é assim que o tratamos, talvez por querermos passar o problema para alguém. Senão o chamaríamos de “Meu” Ulhôa! Brincadeiras à parte, isso também faz menção à criatura. Seu Ulhôa é um senhor de idade, ou um jovem há mais tempo. Assim, para sermos um pouco politicamente corretos. Isso, pois não sabemos bem quem irá nos consumir. E aí também esbarramos na criatura, o Seu Ulhôa. Luiz Duarte de Ulhôa Rocha é a própria contravenção. Ou uma versão não autorizada de um bom velhinho. Que lá no fundo… Bem lá no fundo, ele é.

Sigamos! Em meio ao isolamento social, centenas de mortes diárias anunciadas pelos jornais, tive a notícia que o nosso “bom velhinho” havia adoecido, inclusive ficando internado; se não me engano, por um AVC. Tem gente que é igual a sexo ou televisão quando a gente tem, não liga a mínima, mas quando falta, ficamos doidos. A comoção de tanta gente morrendo, passamos a puxar quem pudéssemos pelos cabelos, para não balançar a nossa fé na vida. “Não, seu miserável, você não vai morrer!” Mas o Ulhôa resistiu bravamente. Como eu disse na postagem em que a notícia me veio: vaso ruim não quebra. Mas ainda assim faltava ouvir a sua voz, ver se pelo menos alguma coisa mudou, se o “cagaço” (palavra dele) o teria feito mais manso. Qual que nada!

Liguei para o elemento e foi uma grande alegria! Adoro o Meu Ulhôa, este amigo tão peculiar. Conjeturamos infrutuosidades, para não dizer: falamos um monte de merda. Mas a vida ainda estava lá: intacta. O humor, a irreverência, a impaciência e o completo esculacho. Fiquei de visitá-lo, mas o sol estava de rachar e liguei de novo. Falamos mais umas abobrinhas, ele me pediu o e-mail para me mandar o link de umas músicas, o que eu não fiz. Liguei novamente, uma semana depois, e o cidadão do outro lado me intimou como um delegado de polícia: “Eu lancei mais um livro, venha cá para eu poder lhe presentear!” Eu sem pensar muito, respondi: “Está certo, meu caro! Estarei aí às três da tarde!”

Na hora marcada, ou quase isso. Custei a achar a sua casa. Ainda não aterrissei direito em Uberlândia. Pingando de suor toquei o interfone. Um cachorrão, destes tipo labrador, veio me recepcionar latindo intermitente. Uma voz responde ao aparelho perguntando quem era: “É o André, amigo do Ulhôa” Respondi, tentando acalmar o grandalhão, que apesar dos pesares, não tinha credencial de bicho bravo. Vejo alguém batendo na cortina, o pet já me olha como quem não está mesmo a fim de briga, abanando o rabo, eu já até lhe permitindo que cheirasse o meu braço, e nada de ninguém vir me abrir a porta. Depois de um tempo nada usual, surge o mestre dos magos, mascarado como manda o figurino da peste. Nesta breve aproximação ouço o disparo de dois flatos (puns), ao que o meu anfitrião imediatamente atribui ao seu “melhor amigo”. Felizmente apenas com efeito moral, nada que as narinas pudessem atestar, e tocar o meu último fio de dignidade.

O que se seguiu foi meramente o mais do mesmo. Recebi seus livros, ouvi seus disparates e é o que se pode esperar da escrita deste mala querido. O Ulhôa é uma destas placas de beira de estrada em que o erro gramatical, a precariedade da grafia, a certeza de que tudo pode ser, nos induz a parar e fingirmos: “aqui estou em casa”.” (André Alvim, escritor).

 

Do leitor 1

“A Mansão dos Sonhos apresenta 14 contos recheados de fantasia, medos, crendices e humor… muito humor.” (Rossana Spacek, escritora)

Do leitor 2

“O livro do contista uberlandense Luiz Duarte de Ulhôa Rocha celebra o humor e a ironia nas cenas do cotidiano. Excelente dica de leitura para o final de semana! Parabéns ao autor por mais esse importante lançamento”! (Heliene Rosa, doutora em Literatura).

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